30 septembre 2008

Les mots des autres (4)


Je copie et je colle un poème d'Al Berto sur le blog de Joao. Pour les lusofalantes.
Et juste quelques lignes de traduction pour les autres en attendant des jours meilleurs.

há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade

Al Berto



J'ai bien essayé de vous le traduire mais une petite migraine m'empêche de remettre en marche la machine rouillée à force de ne pas servir, alors juste un petit passage où il est question d'une perle.


Et jamais ils ne me dirent le nom de cet océan
J'attendis assise à la porte... avant j'écrivais des lettres
Je me mettais à regarder le trait
de mer au fond de la rue
Ainsi je vieillis persuadée qu'un homme en passant
s'étonnerait de ma solitude
( des années plus tard, je m'en souviens, il me poussa une perle dans le coeur, mais je suis seule, très seule, je n'ai personne à qui la laisser)

1 commentaire:

Anonyme a dit…

persuadé, un homme vieillit
ne passant vraiment pas, il s'étonne quand même de sa solitude
XXjL, le 4ème mousquetaire